Consumismo
Estamos vivendo na era pós-moderna e o consumismo tornou-se uma de suas características fundamentais, o qual produz impactos preocupantes e até mesmo alarmantes sob a ótica do meio ambiente.
Sabe-se que o consumo é parte integrante da atividade humana, tanto para atender a necessidades básicas e vitais, bem como para atender aos desejos mais fúteis e desnecessários. Contudo, o consumo pode transformar-se em consumismo, vale dizer, o viés patológico do consumo, acarretando práticas de desperdício, lixo em excesso descartados sem critério em todos os ambientes (inclusive nos oceanos e no espaço), rejeitos, os quais podem causar desequilíbrios, notadamente no processo evolutivo natural e até civilizatório, fomentado por meio da criação de necessidades artificias, ou seja, nem tão necessárias quanto pode se acreditar num primeiro momento.
Dessa forma, o consumismo pode por um lado trazer benefícios aos consumidores e fornecedores, contudo também pode acarretar efeitos pouco convenientes ao meio ambiente natural, essencial à sadia qualidade de vida, tornando-se a natureza cada vez mais explorada, degradada, vilipendiada e menos preservada e recuperada.
Uma pesquisa do WorldWatch Institute (WWI) realizada em 2008 demonstrou que a degradação ambiental aumentou cerca de 50% nos últimos 30 anos. Degradação que se complementa pelo abandono de lixo, que totaliza cerca de 9 toneladas diárias, somente no Estado do Rio de Janeiro, conforme pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2001.
Daí surge o conceito de etiquetas de preço ocultas aos nossos olhos, ou seja, a maioria dos produtos e serviços que adquirimos diariamente não possui informação de seus impactos ambientais, seja ao Planeta ou à própria saúde e segurança do consumidor, e tampouco aos trabalhadores envolvidos no processo de produção, que exercem seu trabalho para satisfazer nossas necessidades e nossos desejos.
Muitas vezes, adquirem-se os produtos e utilizam-se serviços sem o cuidado necessário, sem a preocupação de analisar o seu ciclo de vida com todos os impactos produzidos (desde a extração dos recursos naturais, o transporte, a transformação, passando pelo meio ambiente do trabalho e a distribuição e comercialização), consciência imprescindível para a eliminação ou mitigação dos impactos ambientais. Em que pese a crise ambiental que vivemos, não há uma política séria, sistemática, globalizante, para o desenvolvimento de atitudes sustentáveis, nem tampouco para a redução de danos e dos impactos.
Diante esse aspecto, surge o argumento de que as tecnologias produtivas não são aptas a reduzirem os impactos, pois não se tinha a consciência ambiental na época de sua elaboração (como no caso dos combustíveis fósseis) ou que o custo é alto para a implementação de técnicas sustentáveis.
O ser humano produziu e produz em um ritmo cada vez mais acelerado, impossibilitando a regeneração natural que tem seu ritmo próprio. O consumo global de bens e serviços já ultrapassou cerca de 30% da capacidade de regeneração natural do planeta.
Sendo assim, questiona-se: Até que momento o Homem irá se permitir viver dessa forma? Talvez somente no momento em que os impactos passarem a interferir de tal modo em sua vida cotidiana que a inviabilizará. Ou no momento em que a produção for paralisada por falta de recursos naturais.
De um modo ou de outro, o ser humano deve manter-se atento, para que a tecnologia tão idolatrada, não se torne inviável, pois ainda depende dos recursos naturais, os quais nem sempre são percebidos como imprescindíveis.
A situação atual requer atenção, consciência ambiental, e principalmente um freio nas embalagens e preços ocultos que insistimos em colocar nas coisas simples. Seja por meio do bom senso, mudança de hábitos, posturas e principalmente redução do consumo exagerado e desnecessário, pois é necessário fazermos algo, antes que seja tarde demais.
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