Como nasce um rio?
Na maioria das vezes, a “gestação” de um rio começa com as chuvas em
regiões montanhosas. As águas podem correr pela superfície ou
infiltrar-se no solo. Outra possibilidade é ele nascer após o degelo da
neve do cume de montanhas. As águas penetram perpendicularmente no solo,
através de espaços vazios entre as rochas, até encontrar um extrato de
rocha impermeável. Aí se forma o lençol freático, espécie de rio
subterrâneo que pode estar a dezenas de metros de profundidade. O lençol
freático flui subterraneamente, acompanhando o desenho do relevo, do
local mais alto para o mais baixo. Com o tempo, porém, alguns pontos da
superfície ficam tão desgastados pela erosão que acabam permitindo o
brotamento das águas subterrâneas. É quando surge a nascente do rio.
Acidentes geológicos, como terremotos, também podem fazer o lençol
aflorar na superfície, dando origem a um manancial, o chamado olho
dágua. No percurso rumo ao mar, o curso dágua encontra todo tipo de
terreno. Quando passa por áreas mais íngremes, torna-se uma baita
corredeira e segue cavando suas margens ao desgastar o solo ao redor.
Nesses trechos, ele é chamado de rio juvenil. Em solos menos inclinados,
o “bicho amansa” e flui ao longo de meandros, que o rio vai formando
enquanto erode uma margem e deposita sedimentos na outra. Quando erosão e
sedimentação se equilibram, o rio é chamado de maduro. Se não quiser
ficar pelo caminho – como no caso dos riachos temporários, que têm o
leito completamente seco em algumas épocas do ano -, um rio de respeito
também precisa se hidratar. Isso ocorre nos vários momentos em que ele
recebe as águas de rios menores, que se tornam seus afluentes. Também
rolam as horas de calmaria total, em que o rio quase não desgasta suas
bordas, fluindo preguiçosamente enquanto deposita sedimentos por onde
passa. Nessas áreas, ele acaba formando vales largos e extensas
planícies, sendo chamado de senil. Apesar do nome – juvenil, maduro e
senil -, as fases do rio não têm a ver com idade, mas com o modo de
fluir. Por exemplo, se ele vem na boa, num planalto, e encontra um
degrau, passa de senil a juvenil de uma vez, despencando numa cachoeira.
Seja como for, vencidos os obstáculos, o rio finalmente desemboca no
mar, doce mar.
Comentários
Postar um comentário