Como a poluição visual afeta nossas vidas?Há vários tipos de danos que podem estressar e prejudicar a atenção

Este tipo de poluição, que atua junto com a poluição luminosa, está muito presente nos grandes centros urbanos pelas grandes quantidades de anúncios publicitários e sua não harmonia com o ambiente, desviando exageradamente a atenção dos habitantes.
Além dos danos estéticos, este tipo de poluição pode ser perigosa para motoristas e outras pessoas. Um prédio feito de vidro pode refletir a luz do sol, criando uma poluição visual que obstrui a visão de quem guia veículos nas vias. Anúncios publicitários situados perto de malhas viárias podem distrair os motoristas enquanto estes dirigem, causando acidentes.
Problemas como estresse e desconforto visual também estão relacionados a esse tipo de poluição. Um estudo recente da Universidade A&M, do Texas, nos EUA, demonstrou como a poluição visual está relacionada a esses problemas. Depois de ter realizado situações estressantes, as pessoas estudadas utilizaram dois tipos de avenidas: uma em direção ao interior com poucos ou nenhum anúncio publicitário e a outra cheia de anúncios e demais elementos de poluição visual. Os níveis de estresse diminuíram rapidamente nos indivíduos que utilizaram o primeiro tipo de avenida, enquanto permaneceu alta naqueles que utilizaram o segundo tipo.
Outros danos negativos do excesso de anúncios publicitários são o incentivo ao consumo, que pode gerar problemas, como obesidade, tabagismo, alcoolismo e o aumento de geração de resíduos (isso nos anúncios ou no descarte do produto oferecido pela publicidade).
Para o comerciante, também existe danos. A utilização excessiva de placas e outdoors faz com que as pessoas que são submetidas a essa descarga de informações ignorem-as, causando assim um efeito inverso ao pretendido inicialmente.
Aqui no Brasil é fácil perceber o impacto da poluição visual em épocas de eleições. Além do estresse e do incômodo gerados pela propaganda eleitoral, o peso ambiental gerado pela distribuição dos panfletos com o numero dos candidatos (o famoso “santinho”) é imenso.

Para cada tonelada de papel produzido, são consumidos aproximadamente 20 árvores e 100 mil litros de água. "Nas eleições municipais de 2012, foi necessária a derrubada de aproximadamente 600 mil árvores e o consumo de três bilhões de litros de água no país para a produção desse material”, afirma o estudo de Karina Marcos Bedran, mestre em direito ambiental e desenvolvimento sustentável. Outro problema relacionada a esses panfletos é seu destino, gerando uma grande quantidade de lixo, entupindo bueiros e podendo causar enchentes.
Para inibir ou controlar esse tipo de poluição, uma possibilidade é criação de leis regulamentando o uso de anúncios publicitários, que são os principais causadores desse tipo de dano. Em São Paulo e em algumas outras cidades, houve a implantação de regulamentações, que ordenam a paisagem do município e visam equilibrar os elementos que compõem a paisagem urbana restringindo a publicidade externa como outdoors, faixas, cartazes e totens.
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