VIVEIROS FLORESTAIS.
Viveiros Florestais
Localização e Caracterização, Tipos de Viveiro, Topografia, Drenagem, Quebra vento, Administração e controle.
Localização e Caracterização
Entende-se por viveiro florestal um determinado local onde são concentradas todas as atividades de produção de mudas florestais.
Para a escolha do local onde será instalado o viveiro, deve-se levar em consideração os seguintes aspectos:
Facilidade de acesso
É necessário que o acesso possibilite o
fácil trânsito de caminhões, sendo que todas as estradas deverão ser
transitáveis mesmo em época de chuva. Os custos de transporte,
principalmente de mudas produzidas em recipientes, são minimizados
quando os viveiros situam-se a uma pequena distância da área de plantio.
Longos trechos de estrada podem trazer danos à qualidade fisiológica
das mudas e ocasionar perda de umidade do substrato.
Suprimento de água
Durante todo o período, após a
semeadura, há necessidade de abundância de água para irrigação. Poderão
ser utilizadas águas de rios, lagos e de origem subterrânea, devendo ser
evitada a introdução de algas ou sementes de ervas. A água deve ter
menos de 200 partes por milhão (ppm) de silte e cálcio e menos de 10 ppm
de sódio e 0,5 ppm de boro.
Área livre de Ervas Daninhas
Deverá existir contínua vigilância e
erradicação das ervas daninhas efetuada imediatamente após o seu
aparecimento, quer sejam perenes ou anuais.
Facilidade de obtenção da Mão de Obra
É indispensável que alguns funcionários
morem nas imediações ou na própria área. A vigilância quanto ao
aparecimento de doenças precisa ser permanente. Existem doenças cuja
virulência pode ser tão intensa que provocam enormes danos em pouco
tempo, principalmente em mudas recém-formadas.
Declividade da área
A declividade deve ser de 2%, no
máximo, para não correr danos por erosão. É importante salientar que os
canteiros devem ser instalados em nível, perpendiculares à movimentação
da água. Áreas planas contribuem para o acúmulo de água da chuva,
principalmente quando o percentual de argila for maior que o indicado.
Área do Viveiro
O viveiro possui dois tipos de áreas:
Áreas produtivas: é a
soma das áreas de canteiros e sementeiras, em que se desenvolvem as
atividades de produção Áreas não produtivas: constitui-se dos caminhos,
estradas e áreas construídas.
A extensão do viveiro será determinada em função de alguns fatores:
1. Quantidade de mudas para o plantio e replantio
2. Densidade de mudas/m2 (em função da espécie)
3. Espécie e seu período de rotação
4. Dimensões dos canteiros, dos passeios (caminhos) e das estradas
5. Dimensões dos passeios (ou caminhos)
6. Dimensão das estradas (ou ruas)
7. Dimensão das instalações
8. Adoção, ou não, de área para adubação verde (no caso de viveiros em raiz nua)
A distribuição dos canteiros, caminhos,
construções e principalmente o acesso devem visar a melhor circulação e
utilização da estrutura do viveiro.
Luz
Deve-se levar em consideração a
necessidade de luz solar, evitando na locação do viveiro uma área
inconveniente. O viveiro deve ser instalado em local totalmente
ensolarado. Se houver necessidade de sombra, pode-se lançar mão de
abrigos, como o sombrite. Em alguns casos, o sombreamento é necessário
em certos períodos. As espécies umbrófilas exigem proteção contra a luz
solar. Os raios solares concorrem para a rustificação dos tecidos,
tornando as mudas mais robustas e resistentes.
Em relação à exposição solar, deve-se
colocar o comprimento dos canteiros voltado para a face norte,
acompanhando-os ao longo de sua extensão. Contudo, tal medida para
locação dos canteiros deve ser tomada, apenas se for possível, pois
existem outros critérios prioritários
Tipos de Viveiros
Considerando a duração, os viveiros podem ser classificados em:
1. Viveiros Provisórios:
temporários ou volantes, são aqueles que visam uma produção restrita;
localizam-se próximos às áreas de plantio e possuem instalações de baixo
custo.
2. Viveiros Permanentes:
centrais ou fixos, são aqueles que geralmente ocupam uma maior
superfície, fornecem mudas para uma ampla região, possuem instalações
definitivas com excelente localização. Requerem planejamento mais
acurado; as instalações são também permanentes e de maiores dimensões.
Com referência à proteção do sistema radicial, os viveiros são classificados em:
3. Viveiros com mudas em raiz nua:
as mudas em raiz nua são as que não possuem proteção do sistema
radicial no momento de plantio. A semeadura é feita diretamente nos
canteiros e as mudas são retiradas para o plantio, tendo-se apenas o
cuidado de se evitar insolação direta ou, até mesmo, vento no sistema
radicial. O solo onde se desenvolvem as raízes permanece no viveiro.
Após a retirada, são ordenadas em grupos, com material úmido envolvendo
as raízes, antes da expedição para o plantio. Este tipo de viveiro é
muito difundido no sul do Brasil para Pinus spp.
Contudo, algumas espécies promissoras
na Amazônia, como o freijó – Cordia goeldiana, tatajuba - Bagassa
guianensis, e marupá - Simaruba amara – têm demonstrado aptidão para
plantio com muda em raiz nua em forma de “stripling”.
4. Viveiro com mudas em recipientes:
apresentam o sistema radicial envolto por uma proteção que é um
substrato que o recipiente contém. Evidentemente, o substrato vai para o
campo e é colocado nas covas, com as mudas, protegendo as raízes.
Topografia
O terreno deverá apresentar-se
aplainado, recomendando-se um leve declive, favorecendo o escoamento da
água, mas sem que provoque danos por erosão.
Para áreas com elevada declividade, a
alternativa mais plausível é a confecção de patamares para a locação de
canteiros. Os patamares devem ser levemente inclinados e devem ter
dispostas ao longo de sua extremidade manilhas em forma de “U” , a fim
de impedir o escoamento de água de chuvas fortes pelo talude, provocando
erosão. Além disto, é aconselhável seu revestimento com gramíneas
rasteiras.
A camada superficial removida deve ser
reservada para aproveitamento na produção de mudas. Este substrato é
mais fértil, mas pode apresentar o inconveniente de conter sementes de
ervas. Neste caso, a fumigação deste material pode ser recomendável ou
uso o de herbicida em aplicação pré-emergente.
Drenagem
Através da drenagem, provoca-se a
infiltração da umidade gravitacional e a retirada de água por meio de
valetas que funcionam como drenos. Sua localização mais usual é ao longo
das estradas que circundam os blocos de canteiros. Os tipos de
canalizações passíveis de uso são:
1. Vala Cega: composta
de uma vala com pedras irregulares (a água corre pelos espaços entre as
pedras sendo possível o trânsito por cima da vala);
2. Vala Revestida: composta de uma vala com revestimento de cimento, tijolos ou outros materiais;
3. Vala Comum: vala aberta ao longo do terreno (podendo ser vegetada ou não)
As dimensões das valetas variam
conforme a necessidade de drenagem aérea. Normalmente, a largura do
fundo que é plano tem cerca de 40 a 60 cm e a abertura de 70 a 80 cm. As
paredes são inclinadas, na valeta aberta, para evitar seu
desmoronamento. A altura das valetas também é variável, oscilando em
torno de 90 cm.
Se a área for plana, a altura deve
variar, com a profundidade maior para o lado externo, conduzindo a água
para fora do viveiro. Sendo a área levemente inclinada, a profundidade
da valeta pode ser uniforme.
Quebra-vento
São cortinas que têm por finalidade a
proteção das mudas contra a ação prejudicial dos ventos. Devem, contudo,
permitir que haja circulação de ar. São constituídas por espécies que
se adaptem às condições ecológicas do sítio. Usualmente as espécies
utilizadas são as mesmas que estão em produção no viveiro. O recomendado
é que sejam utilizadas espécies adequadas, distribuídas em diferentes
estratos, apresentando as seguintes características: alta flexibilidade,
folhagem perene, crescimento rápido, copa bem formada e raízes bem
profundas.
É importante salientar que as árvores
que compõem os quebra-ventos não devem projetar suas sombras sobre o
canteiro. Para tanto, devem ser, em distância conveniente, afastadas dos
viveiros. As raízes das árvores não devem fazer concorrência com o
sistema radicial das mudas em produção.
Para otimização dos efeitos favoráveis, alguns critérios básicos devem ser observados:
1. A altura deve ser a máxima possível, uma vez que a área a ser protegida depende da altura da barreira.
2. A altura deve ser homogênea, em toda sua extensão do quebra vento.
3. As espécies que constituem o quebra-vento devem ser adaptadas às condições do sítio.
4. A permeabilidade deve ser média, não impedindo totalmente a circulação do vento.
5. Não devem existir falhas ao longo da barreira formada pelo quebra vento, para evitar o afunilamento da corrente de ar.
6. A disposição do quebra vento deve ser perpendicular à direção dominante do vento.
Administração e Controle
Para um melhor desempenho do viveiro, deve-se adotar alguns procedimentos administrativos, sendo os mais importantes:
1.Planejamento da produção
visando cobrir todas as fases do processo, em que devem ser
considerados o número de mudas a serem produzidas, as espécies e as
épocas mais adequadas para a produção.
2.Estoque de insumos e demais materiais necessários para a produção, tais como embalagens, ferramentas e outros.
3.Disponibilidade de sementes necessárias ou locais definidos para coleta ou compra.
4. Supervisão dos trabalhos distribuindo atribuições e obrigações ao pessoal.
5.Acompanhamentos periódicos
através de relatórios em que figurem informações sobre as espécies
produzidas, atividades produtivas com seus rendimentos e custos
atualizados da produção.
Para facilitar a administração e o manejo dos viveiros, são necessárias as seguintes instalações:
1. casa do viveirista
2. escritório
3. depósito para equipamento e ferramentas
4. depósito para produtos químicos
5. abrigo aberto nas laterais (para atividades que não podem ser executadas sob chuva).
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