12 animais extintos que podem voltar à vida
Quando um animal deixa de existir, não há mais volta. Sua linhagem estará extinta e a única maneira de lembrarmos da espécie é através de fotos ou em espécimes reconstituídos em museus. Porém, os avanços nas técnicas de clonagem e na biologia molecular podem mudar essa história e trazer de volta à vida animais que entraram em extinção.
O Revive & Restore Project
(Projeto Reviver e Restaurar na tradução literal do inglês) está
trabalhando em métodos e procedimentos para um novo campo da ciência que
está sendo chamado de desextinção. O objetivo é trazer animais
que viveram na Terra, mas, que de alguma forma, foram extintos. O
primeiro passo é a obtenção do genoma completo da espécie através de
amostras de DNA. O material genético pode ser conseguido com exemplares
conservados em museus.
As espécies candidatas à desextinção foram escolhidas pelo Revive & Restore Project com base na resposta a três perguntas principais:
- A espécie é desejada? (É um ícone? Desempenhou um papel ecológico importante? Trazê-la de volta ajudará a responder importantes questões para a ciência?)
- Seria prático trazer a espécie? (Há quanto tempo se extinguiu? Existem parentes próximos vivendo hoje? Há amostras de tecido ou espécimes conservados para a extração de DNA?)
- A reintrodução no habitat natural poderia acontecer? (O habitat original está intacto ou pode ser restaurado? As causas da extinção são conhecidas e podem ser corrigidas? As habilidades para a sobrevivência no ambiente natural não precisam ser ensinadas pelos pais? A reintrodução seria viável para a espécie e para o ambiente?).
No entanto esse assunto levanta outras questões: se a desextinção
for viável, devemos trazer espécies que já se extinguiram? O que
ocorrerá com esses animais uma vez que estiverem de volta? Por que
utilizar recursos para projetos de desextinção se podemos
investir na conservação de espécies ameaçadas que ainda habitam o
planeta? Para discutir essas questões, a National Geographic sediou o
primeiro fórum público para discutir o tema: O TedxDeExtinction (assista aos vídeos em inglês aqui).
Enquanto essas questões não são respondidas, veja 12 animais candidatos à desextinção:
Tigre-dentes-de-sabre (Smilodon fatalis)
![original_tigre-dente-de-sabre[1]](https://i0.wp.com/www.curioso.blog.br/wp-content/uploads/2014/05/original_tigre-dente-de-sabre1.jpg?resize=590%2C443&ssl=1)
Há 10 mil anos, o tigre-dentes-de-sabre,
também conhecido como Smilodon, caçava no continente americano, mas
mudanças climáticas e a caça predatória realizada por humanos levaram a
espécie à extinção. Hoje existem fósseis bem preservados que foram
encontrados nos poços de piche de La Brea, na Califórnia, que poderiam
fornecer o material genético necessário para começar um projeto de desextinção.
Mamute (Mammuthus primigenius)
![woolly_mammoth-foto-de-flying-puffin-cc[1]](https://i1.wp.com/www.curioso.blog.br/wp-content/uploads/2014/05/woolly_mammoth-foto-de-flying-puffin-cc1.jpeg?resize=620%2C383&ssl=1)
Entre 3 mil e 10 mil anos atrás, o mamute
entrou em extinção. As causas mais prováveis são mudanças no clima, que
começava a ficar mais quente, e a caça. Todavia, pode ser possível que a
espécie volte a dividir o mundo com os humanos. Em março de 2012,
cientistas da Rússia e da Coreia do Sul anunciaram uma parceria para
clonar o animal e gerar um indivíduo vivo.
Quagga (Equus quagga quagga)
![2[1]](https://i2.wp.com/www.curioso.blog.br/wp-content/uploads/2014/05/21.jpeg?resize=620%2C383&ssl=1)
A Quagga era uma subespécie de zebra que
habitava as planícies da África do Sul. Sua principal característica era
o desaparecimento gradual das listras, bem marcantes na frente e
inexistentes atrás. A cor marrom da metade posterior e as patas brancas
também eram particularidades do animal.
O DNA retirado da pele de um exemplar empalhado era muito semelhante à zebra comum (Equus quagga).
Em 1987 surgiu o Projeto Quagga, com o objetivo de trazer o animal de
volta da extinção através de um programa de reprodução seletiva a partir
da zebra comum. O projeto atingiu significante redução nas listras do
corpo na parte traseira até agora.
Dodô (Raphus cucullatus)
![oxford_dodo_display[1]](https://i0.wp.com/www.curioso.blog.br/wp-content/uploads/2014/05/oxford_dodo_display1.jpeg?resize=620%2C383&ssl=1)
O dodô era uma ave que existia nas Ilhas
Maurício, no Oceano Índico. Longe de predadores, o animal perdeu a
habilidade de voar durante a evolução e explorava seu habitat a pé.
Quando os primeiros navegantes chegaram às ilhas no fim do século 16,
começaram a caçar as aves indefesas, que também eram alvo de animais
domésticos como gatos e cachorros (o biguá-de-galápagos enfrenta os
mesmos problemas hoje). Em 1662 o animal entrou em extinção. Como alguns
espécimes foram coletados por exploradores europeus e estão em museus,
podem fornecer tecido para a extração de DNA.
Tigre-da-tasmânia (Thylacinus cynocephalus)
![tasmanian_wolf-foto-de-benjamin-a-sheppard[1]](https://i0.wp.com/www.curioso.blog.br/wp-content/uploads/2014/05/tasmanian_wolf-foto-de-benjamin-a-sheppard1.jpeg?resize=620%2C383&ssl=1)
O tigre-da-tasmânia era um marsupial
(mesmo grupo dos cangurus) que vivia na Austrália, Nova Guiné e Tasmânia
até a década de 1930. A perda de habitat e a introdução de cães
domésticos ajudaram na diminuição da população. Biólogos, porém, apontam
para a caça por fazendeiros, que visavam proteger seu rebanho, como a
principal causa da extinção dos animais (mesmo problema enfrentado por
muitos animais no dia de hoje, como a onça-pintada, por exemplo). Será
difícil clonar o tigre-da-tasmânia, porque ele é bem diferente de seus
parentes mais próximos nos dias de hoje – o diabo da tasmânia e o numbat
– o que dificulta as análises genéticas.
Periquito-da-carolina (Conuropsis carolinensis)
![piriquito-da-carolina_01-foto-fritz-geller-grimm[1]](https://i2.wp.com/www.curioso.blog.br/wp-content/uploads/2014/05/piriquito-da-carolina_01-foto-fritz-geller-grimm1.jpeg?resize=620%2C383&ssl=1)
O periquito-da-carolina era a única
espécie de psitacídeo (família dos periquitos, papagaios e araras) do
leste dos Estados unidos. Eles viviam às margens de rios, onde se
alimentavam de frutos e sementes. Mas, no século 19, a destruição de seu
habitat causada pela expansão da agricultura, aliada ao tráfico de
animais e a caça pelas penas das aves (a arara-azul enfrenta os mesmos
problemas hoje em dia), acabaram levando a espécie à extinção na
natureza em 1904. O último indivíduo em cativeiro morreu em 1918 no
Zoológico de Cincinnati. Amostras de tecido da espécie podem ser
encontradas em museus nos dias de hoje.
Pombo-passageiro (Ectopistes migratorius)
![passengerpigeon[1]](https://i2.wp.com/www.curioso.blog.br/wp-content/uploads/2014/05/passengerpigeon1.jpeg?resize=620%2C383&ssl=1)
Existiam bilhões de pombos-passageiros na
América do Norte durante o século 19, mas a caça e a destruição do
habitat levaram a espécie à extinção no começo do século 20. Hoje, um
time de cientistas está tentando trazer a ave de volta utilizando seu
DNA, coletado de tecidos de espécimes encontrados em museus, para mapear
o genoma do animal.
Arau-gigante (Pinguinus impennis)
![great_auk_-pinguinis_impennis-_specimen-_kelvingrove-_glasgow_-_geograph-org-uk_-_1108249[1]](https://i2.wp.com/www.curioso.blog.br/wp-content/uploads/2014/05/great_auk_-pinguinis_impennis-_specimen-_kelvingrove-_glasgow_-_geograph-org-uk_-_11082491.jpeg?resize=620%2C383&ssl=1)
Anteriormente o arau-gigante podia ser
encontrado em todo o litoral do Atlântico Norte. As aves, semelhante aos
modernos pinguins, haviam perdido o voo durante a evolução e eram
excelentes nadadoras. A caça por suas penas, carne, óleo e gordura levou
a espécie à extinção. O último arau-gigante vivo foi visto em 1852.
Hoje existem mais de 70 exemplares em museus, além de ovos, que podem
ser utilizados para retirada de material genético.
Huia (Heteralocha acutirostris)
![heteralocha_acutirostris[1]](https://i2.wp.com/www.curioso.blog.br/wp-content/uploads/2014/05/heteralocha_acutirostris1.jpeg?resize=620%2C383&ssl=1)
O único lugar no mundo onde era possível
se encontrar huias era no norte da Nova Zelândia. Para os Maoris as
penas das aves era um sinal de status: só os chefes podiam usá-las como
adorno. Mais tarde, com a chegada dos europeus, as aves passaram a ser
alvo de colecionadores – que desejavam empalhar os animais para
deixá-los como peças de decoração – e sua população caiu drasticamente. O
último indivíduo foi visto em 1907. A perda de habitat e doenças são
outras causas prováveis da extinção. Hoje seria possível extrair o
material genético da pele dos espécimes empalhados, mas, devido às
condições de conservação, é muito difícil que o genoma completo da ave
seja mapeado.
Moa
![moa_mock_hunt[1]](https://i2.wp.com/www.curioso.blog.br/wp-content/uploads/2014/05/moa_mock_hunt1.jpeg?resize=620%2C383&ssl=1)
As moas são agrupadas em nove espécies divididas em seis gêneros. As maiores (Dinornis robustuse Dinornis novaezelandiae)
deixariam um avestruz parecendo um pequeno passarinho. Elas podiam
chegar a 3,6 metros de altura e pesar cerca de 230 quilos. As aves
entraram em extinção por volta do ano 1400 devido à caça intensiva
promovida pelos Maoris e ao distúrbio provocado pela agricultura. Ela é
uma candidata a desextinção porque existe uma quantidade significativa
de ossos grandes de onde os cientistas podem retirar material genético
para mapear o genoma do animal.
Auroque (Bos primigenius)
![aurochs_reconstruction[1]](https://i0.wp.com/www.curioso.blog.br/wp-content/uploads/2014/05/aurochs_reconstruction1.jpeg?resize=620%2C383&ssl=1)
Auroques eram bovídeos achados na
Grã-Bretanha, no norte da África e em boa parte do território da
Eurásia. A caça e a competição por pastos com o gado doméstico levaram a
espécie à extinção em 1627.
Tetraz (Tympanuchus cupido cupido)
![heath_hen-_boston[1]](https://i0.wp.com/www.curioso.blog.br/wp-content/uploads/2014/05/heath_hen-_boston1.jpeg?resize=620%2C383&ssl=1)
A subespécie de tetraz-das-pradarias, Tympanuchus cupido cupido,
habitava os brejos da América do Norte, desde o sul de New Hampshire
até o norte da Virgínia. A chegada de colonizadores e a perda de habitat
acabaram levando o animal à extinção em 1932.
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